Swans de Regresso a Portugal
Depois de tocarem no NOS Primavera Sound, os Swans atuam no Porto e em Lisboa no final do ano
A banda atua no Hard Club, no Porto, a 8 de outubro, e no Lisboa ao Vivo, na capital, a 9 do mesmo mês.
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Depois de tocarem no NOS Primavera Sound, os Swans atuam no Porto e em Lisboa no final do ano
A banda atua no Hard Club, no Porto, a 8 de outubro, e no Lisboa ao Vivo, na capital, a 9 do mesmo mês.
Justice, Aphex Twin, Bon Iver, Skepta, Swans, Shellac, Run The Jewels, Metronomy, Richie Hawtin, Angel Olsen, Japandroids, Elza Soares, King Gizzard & The Lizard Wizard, Death Grips, Whitney, Hamilton Leithauser, Weyes Blood, Teenage Fanclub, The Growlers, Pond, Grandaddy, Tycho, Black Angels, Bicep, Flying Lotus, Sampha, Sleaford Mods, Against Me!, Royal Trux. Nicolas Jaar, Miguel, Rodrigo Leão & Scott Matthew, Mano Le Tough, Lady Wray, Cigarettes After Sex, Mitski, Jeremy Jay, Julien Baker, Operators, Nikki Lane, Cymbals Eat Guitars, Núria Graham, Wand, First Breath After Coma, Samuel Úria e Evols.
por: Marco Moutinho
Após 14 anos de pausa, os Swans do «anti-cristo» Michael Gira mostraram-se poderosos e intensos num compêndio de rock extremo.
O concerto dos Swans arrancou com um ruidoso feedback de guitarra que se arrastou por cerca de 15 minutos, e que, apesar de desconfortável para os ouvidos conseguiu ser hipnotizante e fílmico. Entender os Swans é compreender os extremos entre a beleza e o monstruoso, entre som ambiente delicado e riffs arrastados, potentes e hipnotizantes, repetidos em loop constante.
O risco de um regresso, quando nada o previa e após o lançamento de «My Father Will Give up a Rope To The Sky», do ano passado, era elevado. Contudo cedo se percebeu neste concerto que o risco seria vencido quando Phil Puleo, baterista, e Thor Harris, percussionista, entraram em palco com uma intensidade avassaladora escoltados por sons de sinos de igrejas por cima do feedback que preenchia toda a Aula Magna. Quando o discípulo do diabo Michael Gira, entra em palco tudo muda, e somos transportados para um apocalipse de serial killers sedentos de almas e ouvidos.
Gira liderou furiosamente a banda, pregou aos céus, rezou em voz baixa aos demónios e gritou, pedindo a Jesus para descer à terra e a Deus para se redimir. No concerto as pausas foram aterradoras (é incrível o que o receio do inesperado faz ao ser humano) e após a pausa, o ruído, grave, forte e assustador. «Sex God Sex», foi a ilustração das letras infames de Gira, banhada por uma voz tão despojada quanto visceral. A canção com riffs e efeitos de Norman Westberg, Christoph Hahn e Chris Pravdic, foi tocada num volume elevadíssimo, do qual quase não sairam ilesos os ouvidos dos que acorreram à Aula Magna.
Na primeira parte dos Swans, Annie Lewandowsky ou Powerdove apresentou o seu mais recente disco, «Be Mine», mostrando não mais que um projecto de folk melodioso, com letras românticas que falam de saudade e sonhos cor-de-rosa. Escolha nada adequada!
Os Swans foram uma experiência de quase duas ruidosas e poderosas horas, que violaram os ouvidos dos fãs levando-os ao abismo e ao mórbido com Gira no final do concerto a incarnar no movimento dos seus braços as asas de um cisne, negro. Apresentaram-se como uma banda à altura do produzido e esperado, amortizaram a longa espera da sua vinda a Portugal
marcomoutinho.musica@gmail.com
Os Swans estão de regresso ao activo depois de se terem separado em 1997. Michael Gira criou depois os Angels of Light mas já no ano passado, o álbum «My Father Will Guide Me Up a Rope To The Sky» ressuscitou os primeiros que em 2011 voltam aos palcos.
O mês de Abril do próximo ano vai ficar marcado pela visita dos míticos Swans a Portugal, para duas datas em Lisboa e no Porto: 9 de Abril na Aula Magna e 10 de Abril na Casa da Música.
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