A música começa pelas 16h00 nas antigas oficinas da CP com Gaiteiros de Lisboa. A partir das 17h30 haverá Bardoada – Grupo do Sarrafo para uma arruada entre as referidas oficinas e a sede do Luso Futebol Clube, colocando o público pronto para receber neste espaço, pelas 18h15, Beatriz Nunes Quarteto (voz dos Madredeus).
À noite a música prossegue no Salão da SIRB “Os Penicheiros” com Cachupa Psicadélica (21h30) e os congoleses Jupiter & Okwess International (22h30). A festa termina com Pista no Largo Casal, às 00h00.
O Rotas & Rituais arrancou em grande estilo no cinema São Jorge com o regresso dos Gaiteiros de Lisboa aos palcos da capital. Uma viagem de quase duas horas recuperando músicas do passado e lançando já algumas canções do disco novo a ser editado brevemente.
Arrancou a segunda edição do Festival Rotas & Rituais, inserido nas Festas de Lisboa, que este ano é dedicado «à Transumância, cujos trilhos uniram gados, gentes e perspectivas para além das fronteiras». Feliz escolha para a abertura, os Gaiteiros de Lisboa confessaram que já nem lembravam da última vez que tinham actuado na capital, o que não deixa de ser irónico.
A comemorar 15 anos de actividade o grupo passa por uma renovação com a saída de José Salgueiro e a entrada de José Martins. Há disco novo a sair brevemente, e um passado valioso a ser devidamente cuidado. «Sátiro», de 2006, é agora reeditado após ter esgotado a sua edição original. É precisamente no equilíbrio entre as canções dos quatro registos já editados e os caminhos do futuro que está o encanto dos Gaiteiros.
A sala do São Jorge ficou, lamentavelmente, longe de encher mas o público heterogéneo fez questão de aquecer um ambiente já de si muito quente devido à falta de ar condicionado. Alguns espectadores mais afoitos fintaram a preguiça das cadeiras e levantaram-se para dançar festivamente quando os tambores marcavam o alucinante ritmo das gaitas de foles.
Houve apenas um «cheirinho» do novo disco. «Era para ser um pivete, mas só pode ser um cheirinho», explicou Carlos Guerreiro. Foram duas canções, uma delas tem a voz de Ana Bacalhau dos Deolinda mas só no disco, porque apesar da presença na plateia da vocalista, assim como de Sérgio Godinho que também entra no novo disco, os Gaiteiros não chamaram ninguém ao palco.
Uma noite bem passada em que se matou saudades das canções de «Macaréu», «Invasões Bárbaras», «Bocas do Inferno», e «Sátiro», pelo meio com duas versões de José Afonso. Destaque para «A formiga no carreiro» que foi cantada por João Aguardela no disco de tributo «Os Filhos da Madrugada». Hoje à noite será o homem do Megafone a ser homenageado no Musicbox.
É assim que se faz a história da boa música portuguesa, e os Gaiteiros de Lisboa são uma autêntica instituição musical da nossa cultura. Mereciam mais concertos na sua cidade.
A segunda edição do festival Rotas e Rituais - integrado nas Festas de Lisboa - vai arrancar hoje à noite no Cinema São Jorge com o concerto dos Gaiteiros de Lisboa com novo disco pronto a ser apresentado. Às 22h com bilhetes a 10€.
O Rotas & Rituais começa dia 2 Julho, e após década e meia de existência os Gaiteiros de Lisboa apresentam o seu quinto álbum, combinando originais sobre poemas existentes, reinterpretações de temas tradicionais e recolhas etnográficas geograficamente dispersas.
Considerados como um dos mais originais projectos de reinvenção da música tradicional portuguesa, as características distintivas dos Gaiteiros continuam a ser uma constante busca de novas sonoridades, a inovação dentro da tradição e a criatividade aplicadas à construção de instrumentos concebidos pelo próprio Grupo.
Os bilhetes custam 10€.
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