Metallica no Pavilhão Atlântico: Portugallica
Regresso triunfante dos Metallica ao nosso país agora em versão indoor com um espectáculo de arromba em que não faltaram os grandes clássicos da banda californiana que se apresentou num palco em formato de ilha no meio de um mar de fãs devotos que esgotaram o Pavilhão Atlântico.
Permitam-me que avance a crónica para o fim do concerto com o propósito de sublinhar o espírito de família que os Metallica vivem actualmente. Descanse o leitor que só hoje vai ver o concerto porque este foi um momento que não se repetirá. Faltava uma música para fechar a noite e James Hetfield motivado por uma bandeira perto do palco chama o seu filho. A bandeira tinha uma foto de pai e filho e lembrava que esta era a noite de aniversário de Castor, o mais novo Hetfield. Mais de 18 mil almas cantaram os parabéns ao puto que ainda foi brindado com uma espécie de espuma em spray que todos os elementos da banda lhe atiraram. Esta é uma imagem que marcará a noite de hoje na memória de todos os que lá estiveram.
A seguir veio Seek & Destroy em fecho épico com chuva de bolas pretas gigantes e com as luzes do pavilhão acesas para que se visse bem o gozo que Lars, James, Kirk e Robert ficaram às voltas no palco distribuindo palhetas, jogando à bola, e dizendo as últimas palavras antes da saída de cena.
Para trás ficaram quase duas horas de actuação que tentou agradar todos. Temas dos álbuns da década de 80, de «Kill' em All» a .«.. and Justice for All» para os mais veteranos, os clássicos do "black" álbum (balada incluída) para os convertidos em 91, e temas mais recentes especialmente para a geração "guitar hero" presente em bom número.
A empatia entre os Metallica e os fãs portugueses é enorme e já não é supresa para ninguém, desde aquela noite de Alvalade (já lá vão quase duas décadas) que a química se mantém, sendo que este ano atinge o auge devido a formato inovador com que se apresenta o grupo. Primeiro em espaço fechado, nunca tinha acontecido antes, segundo com um palco montado no meio da plateia formando uma ilha onde os Metallica ocupam todos os cantos já que há microfones espalhados por todos os lados e assim temos os músicos sempre em rotação. Nem a bateria escapa!
Os jogos de luzes são irrepreensíveis ao longo da noite com destaque para as quatro plataformas móveis por cima do palco que sobem e descem movendo-se para dentro e para fora em formato de caixão tal como o conhecemos da capa de «Death Magnetic».
Os Metallica estão em boa forma, mostram prazer no que fazem, convencem-nos que adoram mesmo o público lisboeta, estão orgulhosos da sua carreira e já não se lembram dos tempos conturbados interna e externamente e têm aqui um porto seguro sempre pronto a recebê-los calorosamente.
Entre as muitas bandeiras exibidas à volta do palco, a maioria do nosso país, havia algumas curiosas a marcar a presença de espanhóis, norte americanos, brasileiros e uma dizer Portugallica mostrada bem alto já depois das actuações dos dinamarqueses Volbeat e dos californianos High On Fire, quando se fazia a onda (neste caso uma maré negra devido à indumentária dos presentes) e se cantava pelo glorioso novo campeão nacional de futebol! Portugallica é mesmo a casa de James Hetfield e companhia.