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Grandes Sons

Um pouco de música todos os dias. Ao vivo, em vídeo, discos, singles, notícias, fotos. Tudo à volta do rock e derivados.

Grandes Sons

Festival de Sines, 2º fim-de-semana: Grupo Velho Rock

Foto: FMM
Por: João Gonçalves, Disco Digital


Foi ao ritmo de afrobeat que o 14º Festival de Músicas do Mundo de Sines se despediu. Não faltou o tradicional fogo de artificio a assinalar o fim de festa no Castelo, que viveu mais sete dias de concertos a enriquecerem a sua valiosa história musical. Lamentável a maneira como a GNR resolveu terminar o set de DJ's do colectivo Bailarico Sofisticado que tradicionalmente encerra o certame.

 

Vamos começar pelo final inesperado que testemunhámos no palco do Pontal: habitualmente o FMM termina junto à praia com milhares de resistentes a receberem a luz do dia dançando ao som do colectivos de DJ´s Bailarico Sofisticado. Este ano o sol apareceu enquanto se festejava o som de Batida ou Buraka Som Sistema no meio do habitual rico cocktail sonoro que o Bailarico oferece. Para surpresa da organização, dos DJ's e do público vários elementos da G.N.R. foram até à entrada do palco, onde o Disco Digital assistia ao set, e obrigaram a terminar a festa muito antes das 7 da manhã que costuma ser a hora para o ocaso do FMM. Registámos o desagrado da organização que se esforça por colocar Sines no mapa dos grandes festivais e depois tem recebe este«agradecimento»por parte das autoridades. Lamentável, principalmente para o público que não merecia um fim de madrugada destes.

 

Felizmente, de quarta feira até este sábado tudo correu muito bem nos outros vinte concertos vividos nos palcos do Castelo e do Pontal. Não registámos desilusões nem cancelamentos de última hora, alguns concertos não foram de agrado consensual, como é natural num festival que aposta em ritmos tão díspares, mas aconteceram algumas actuações que superaram todas as expectativas e entraram directamente para o memorial colectivo dourado dos habituais frequentadores do FMM.

Hugh Masekela, figura lendária do jazz vindo da África do Sul, montou uma inesquecível cumplicidade com o seu ritmo funk cheio de swing e um discurso bem humorado que não esqueceu a sua inspiração em Nelson Mandela. A plateia entre muralhas adorou e ficou no ponto para receber Tony Allen com Amp Fiddler. No entanto o concerto ritmado pela bateria do mestre do afrobeat não chegou nunca a deslumbrar nem a entusiasmar o público apesar de manter sempre a qualidade sonora a um bom nível e para isso contribuiu também a secção de metais de professores da Escola das Artes de Sines no meio deste encontro entre Nigéria e Estados Unidos da América.

 

O entusiasmo regressou com o congolês Jupiter e a sua orquestra Okwess. Empolgados pelo fogo de artificio que assinala sempre o último concerto da semana no Castelo conseguiram contagiar a plateia com o seu Bofenia Rock que cumpriu bem a missão de fazer dançar.

Para trás ficaram interessantes e bons concertos com destaque na sexta feira para a voz feminina dos Sami, povo nativo da Escandinávia, Mari Boine que encantou a plateia em jeito de ritual que convenceu mais do que o alaudista e cantor da Tunísia Dhafer Youssef com um registo mais calmo entre o jazz europeu e a tradição Árabe. A noite de sexta terminou com os Zita Swoon Group do ex-dEUS Stef KamilCarlens, um belga que se virou para o Burkina Faso e apresenta uma respeitável paleta instrumental inspirada nas cores africanas.

Na última quinta-feira, houve três grandes concertos que mostraram tão bem o segredo do sucesso do FMM. A facilidade com que se passa pela inspiração única do tango argentino, aqui apresentado pela orquestra Astillero que Julián Peralta criou e que foi uma das grandes revelações do Festival.

 

Muito esperada era Fatoumata Diawara, prémio Revelação dos Songlines Music Awards deste ano. Cumpriu todas as expectativas nesta sua estreia em Portugal e deu continuação às excelentes passagens de Rokia Traoré e Oumou Sangaré por aquele palco mostrando que a representação da música do Mali está mais do que garantida.

A ausência forçada de Gurrumul reabriu as portas do Castelo aos congoleses Staff Benda Bilili. Um regresso feliz e a repetição de um animado concerto à semelhança do que já tinham feito na última noite do FMM 2010.

 

A enchente que se verificou ontem, tanto no Castelo como no espaço do palco do Pontal, comprova bem a vitalidade do FMM que este ano teve de contornar o problema de espaço causado pelas obras na Avenida Vasco da Gama apresentando uma solução de recurso para o palco da praia que não agradou tanto como nos outros anos. Para o próximo ano tudo deve voltar ao normal com o público a estender-se pela Avenida fora entre a encosta do Castelo e o mar. Até lá ficam as memórias de mais umas belas dezenas de concertos que trouxeram o mundo a Sines mais uma vez.

Morrissey Cancelado!

Informação da Everything is New;

 

Lamentamos informar que devido a uma lesão muscular nas costas de Soloman Walker, o concerto de Morrissey no Cascais Music Festival foi cancelado. Soloman Walker é o baixista de Morrissey e uma parte fulcral da banda, pelo que, é impossível realizar o concerto sem ele.

O músico britânico pede desculpa a todos os fãs que compraram bilhete e promete regressar a Portugal em breve. Os portadores de bilhetes válidos para o concerto deverão dirigir-se ao respectivo local de compra para receberem o reembolso no prazo máximo de 30 dias, a contar da data prevista do evento, que termina dia 23 de Agosto
.

Os restantes concertos agendados para o Cascais Music Festival mantêm-se inalterados.

Manu Chao em Cascais: Festa light

João Gonçalves - Disco Digital


Depois de marcantes passagens por Belém, Vilar de Mouros e Zambujeira do Mar, foi preciso esperar cinco anos para voltarmos a ter Manu Chao a sul. Noite bem concorrida no Hipódromo Manuel Possolo em Cascais para celebrar um reencontro que desta vez foi bem menos longo que os anteriores embora com o entusiasmo de sempre.

 

Vimos o concerto no único local onde um espectáculo de Manu Chao tem de ser visto: nas primeiras filas. Incrível a diversidade de fãs presente! Vimos muitos cabelos brancos, verdadeiras cabeleiras de tribos freaks, meninas«bem» de Cascais, camisas de marca, troncos nus, rastas, carecas, tias, e algumas bandeiras a denunciaram significativa presenças espanhola, venezuelana; já agora, também ouvimos falar inglês e alemão. O cheiro no ar não nos pareceu que fosse dos fumos de palco e as muitas cervejas que viajaram naquela zona mostravam que as gargantas secavam com facilidade. É um ambiente atípico mas que explica o poder de atracção da música simples e festiva de Manu Chao.

 

Apesar da banda ter aparecido em versão minimizada, apenas quatro músicos em palco, e o concerto só ter pouco mais de duas horas, mais minuto, menos minuto, a intensidade, emoção e alta pedalada com que se atiram às canções que todos conhecem são as mesmas de sempre criando uma atmosfera de loucura que se pode traduzir pela exibição de uma camisola da Argentina com o número 10 durante «La Vida Tómbola», cartazes com mensagens carinhosas, bandeiras de Portugal, arremesso de copos de cerveja, garrafas de água entre a plateia e até uma tocha de fumo a dar um colorido próprio de uma bancada de adeptos de futebol embalados pelos constantes coros de «oh oh oooh» vindos do palco.

 

Ainda em ambiente futebolístico, um fã das primeiras filas atirou um cachecol que Manu Chao apanhou enquanto cantava e pulava. Depois estendeu-o sobre a bateria e ficou a perceber-se que o emblema era do Benfica para gáudio de muitos seguidores do clube da Luz ali presentes.

O concerto teve o ritmo habitual sem grandes pausas e com algumas canções a desdobrarem-se em duas e sempre identificadas pela audiência. Uma vez que Manu Chao não edita um disco há cincos anos é natural que não haja novidades nem surpresas no alinhamento embora alguns clássicos surjam com arranjos algo diferentes não esquecendo esporádicas passagens pelo legado dos Mano Negra.

 

Curioso o momento de «Politik Kills» cantado convictamente por uma plateia que comandada por Manu Chao mostra uma disponibilidade para criticar quem governa. Pena que nas ruas e nas urnas raramente se veja esta motivação.

Talvez a solução seja  um Manu Chao na frente das manifestações de desagrado social em Portugal. Nem pedimos tanto, ficamo-nos por um mais modesto desejo: que não demore tanto tempo o regresso a Portugal.

 

jjoaomcgoncalves@gmail.com

Festival de Sines, 1º fim-de-semana: Viagem inicial

Foto: FMM Sines
Texto: João Gonçalves - Disco Digital
Primeira etapa do 13º Festival Músicas do Mundo de Sines concluída no palco do Castelo onde decorraram os primeiros quinze concertos da edição deste ano celebrados com o entusiasmo habitual, dentro e fora das muralhas.

 

A edição 2012 do Festival de Músicas do Mundo conta com alguma novidades relevantes no seu figurino. A proposta continua a passar por trazer o mundo a Sines através de concertos tão diferentes entre si, um conceito elogiado pela respeitosa publicação Songlines que destaca este evento como um dos melhores 25 festivais do género em 2012 (já o havia feito em 2010).

 

Após vários anos em que o evento se dividia entre um fim de semana em Porto Covo e os restantes dias em Sines, recentemente toda a acção passou a centrar-se em Sines. Houve mais música para ouvir neste fim de semana com quatro concertos pagos por noite e mais um grátis ao fim da tarde. De 5ª feira até à madrugada de sábado para domingo houve muito para descobrir. A outra novidade tem a ver com a localização do palco da praia que está mais longe da encosta do Castelo, junto à marina; este só abrirá na segunda etapa do FMM.

 

Com bilhetes a 15 euros por noite, não tem havido grandes enchentes no Castelo com muito público a optar por assistir aos concerto nas telas montadas no exterior das muralhas; na noite de 6ª feira as portas até foram abertas a meio da noite para quem quisesse entrar.

A confiança do público na selecção do cartaz leva a que haja sempre interesse da plateia para ouvir qualquer uma das propostas do cartaz sendo a recompensa a vivência de alguns espectáculos inesquecíveis.

 

O destaque desta primeira volta do FMM foi para o clássico blues norte-americano de Otis Taylor e sua banda, para o exótico Narasirato das Ilhas Salomão, para o irrequieto tuaregue Bombino e para todos os que pisaram o palco no sábado à noite!

O encontro entre os nossos Dead Combo e o guitarrista Marc Ribot foi mágico confirmando tudo o que de bom que se ouve desta parceria no excelente «Lisboa Mulata» editado no ano passado. Mais tarde, o guitarrista regressou ao palco com o projecto Los Cubanos Postizos e toda a energia rítmica latina se espalhou pelo Castelo obrigando toda a gente a dançar.

Pelo meio tinha brilhado a cantora Oumou Sangaré, voz maior do Mali, que juntamente com o banjo do norte americano Béla Fleck mostraram o porquê do sucesso do disco conjunto «Throw Down Your Heart Africa Sessions Part 2», vencedor de um Grammy. Entre as raízes de África e o country de Nashville há funk e boa disposição com Oumou a revelar que foi preciso chegarem a Sines para ouvir Fleck comunicar com a plateia. O norte-americano explicou então que a culpa era do nosso vinho verde. Um dos melhores concertos desta edição 2012, seguramente.

 

Tudo tinha começado na 5ª feira com uma pareceria luso-grega entre Amélia Muge e Michales Loukovikas a apresentarem o suave disco «Periplus»; também os portugueses Osso Vaidoso de Ana Deus e Alexandra Soares tiveram honras de abrir a segunda noite do festival, ficando para o fim desta primeira parte o colorido som da Imperial Tiger Orchestra da Suíça com a grande voz vinda da Etiópia de Hamelmal Abate. Os sul-africanos Shangaan Electro fecharam noite numa agitação que ficou a pedir mais. Agora só na 4ª feira regressam os concertos ao Castelo tendo como complemento o chamado palco do Pontal junto ao mar.

 

 

jjoaomcgoncalves@gmail.com

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