Pouco mais de um mês depois de terem aberto os dois concertos dos U2 em Coimbra, os Interpol voltam a Portugal.
Desta vez, a banda tem direito a um concerto em nome próprio, ainda que secundado pelos Surfer Blood. O Campo Pequeno recebe a digressão que tem como ponto de partida um novo álbum, homónimo.
Uma outra novidade: os Interpol trazem David Pajo (Slint, Zwan) no lugar do dissidente Carlos D, que abandonou a banda por não querer tocar baixo.
O preço dos bilhetes varia entre os 30 e os 35 euros.
Pela primeira vez em Portugal, mais de meia centena de artistas portugueses reuniram-se ontem no Teatro Maria Matos, em Lisboa, para discutir a pirataria de música na Internet. A iniciativa visa "alterar" a actual lei, com o director geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), Eduardo Simões, a considerar que "a legislação portuguesa pura e simplesmente não é respeitada" e que "a máquina judicial em relação aos problemas [da] Internet não funciona".
"É necessário outro enquadramento para esta matéria", indicou ainda o responsável aos jornalistas no final da reunião, que decorreu à porta fechada, Eduardo Simões, director geral da Associação Fonográfica Portuguesa (AFP), disse que do encontro saiu "a certeza de que há um problema enorme que é preciso resolver em relação à música portuguesa", um assunto em relação ao qual "muita gente tem uma opinião comum".
O director-geral da AFP disse que "é muito cedo para tirar conclusões", porque "foi o primeiro encontro deste género em Portugal". No entanto, sublinhou que "há um trabalho que já está iniciado e que vai continuar nas próximas semanas", remetendo para mais tarde a divulgação das iniciativas dos artistas em matéria de downloads ilegais de música.
"Há aqui uma série de pessoas interessadas em tratar deste problema e sabemos que as coisas não podem continuar como têm estado até aqui", reiterou.
Também o músico João Gil, que esteve na reunião, reconheceu que "há situações por definir" mas também que "há uma grande vontade em conseguir uma linguagem única". E exemplificou: "As pessoas não vão ao supermercado e trazem uma laranja ou banana na mão e assim não deve ser em relação à música."
João Gil sublinhou que esta não é uma luta para se fazer "com o cassetete na mão". "Cada um de nós é um comício, todos juntos seremos um comício muito grande. Lutámos e conseguimos alterar a Lei da Rádio", para que a música portuguesa tivesse mais expressão nas rádios, exemplificou.
Agora, defende o artista, "chegou o momento de alargar esta questão à Internet", mas "com bom senso, não com o cassetete na mão". João Gil apelou à mobilização dos artistas e da sociedade, "lutando por uma nova mentalidade, porque se trata de uma usurpação".
Entre os artistas que ontem estiveram na reunião que durou mais de duas horas no Teatro Maria Matos estiveram ainda Rita Red Shoes, João Pedro Pais, Jel, Miguel Ângelo, Nuno da Câmara Pereira, David Fonseca, Camané, entre outros. n
Os Dub Incorporation vão protagonizar esta segunda-feira, pelas 22:30, o concerto de abertura do Arena Live 2010, no Casino Lisboa, no Parque das Nações.
A banda vai apresentar o seu novo álbum, «Hors Contrôle», editado este ano. Um total de nove concertos preenche o cartaz da iniciativa que se apresenta (até ao Reveillon) às segundas-feiras, no Arena Lounge do casino, às 22:30, (excepto no Dia de Natal e na consoada). A entrada é livre.
Consulte de seguida o calendário dos Concertos Arena Live 2010:
08 Novembro - Dub Incorporation 15 Novembro - Luís Represas 22 Novembro - Jamie Lidell 29 Novembro - Nu Soul Family 06 Dezembro - Expensive Soul & Jaguar Band 13 Dezembro - Paulo Gonzo 20 Dezembro - Club Des Belugas Orchestra feat. Brenda Boykin & Anna Luca 25 Dezembro - Ana Moura 31 Dezembro - Rui Veloso
Uma banda à antiga a tocar clássicos latinos de outras épocas, uma sala em Santa Apolónia revestida de salão de baile onde convivem em harmonia casais veteranos com pinta de Alunos de Apolo com raparigas mais ao estilo Chapitô entre muitos curiosos mais atentos aos novos espaços lisboetas de algodão doce na mão numa noite amena de Novembro em véspera de dia de trabalho. Parece estranho? São as noites místicas da Real Combo Lisbonense.
O desafio a Real Combo Lisbonense está lançado há uns meses com um disco nas lojas, que também pode ser conseguido na internet na página do projecto Optimusdiscos.com, e viveu dias de glória com vários concertos em Lisboa durante o verão angariando muitos amigos que foram passando a palavra tendo direito até a rodar na rádio.
O conceito é simples, um grupo de bons músicos juntam-se e recriam clássicos dos tempos dos nossos avós com uma estética condizente atraindo miúdos e graúdos com gosto por um pezinho de dança. Como se viu esta noite no Clube Ferroviário a ideia funciona muito bem e está para durar.
O casamento entre o conceito da Real Combo Lisbonense e o espaço singelo do Clube Ferroviário resulta na perfeição e tem tudo para ser um sucesso todas as primeiras 5ªs feiras dos próximos meses.
Nesta primeira noite o público compareceu em bom número e a habitual timidez inicial dos convivas foi desaparecendo com o espaço a ser bem aproveitado por casais em boa forma dançante. Tanto vimos casais veteranos trajados a rigor como jovens desinibidas de ganga e ténis. Diga-se que o público era maioritariamente feminino dividido na indumentária que tanto podia assentar em elegantes saltos altos como em visual mais desportivo.
A música soava sempre familiar aos nossos ouvidos repescada a clássicos nacionais ou traduzida do universo lusófono e latino. O instrumental imortalizado pelas vozes femininas com a palavra Laranjina, uma versão para «Tintarella di luna» que a italiana Mina celebrizou em 1960 ou mesmo composições originais a cargo do vocalista dos Azeitonas, um dos convidados da noite, podem dar uma pequena ideia do baile que se montou no Ferroviário.
Com um clássico intervalo a meio da actuação a banda voltou ainda com mais energia na segunda parte onde as duas vocalistas contagiaram de vez a sala com a suas coreografias retro e palminhas a marcar o ritmo fazendo mexer toda a plateia que atingiu o ponto alto ao formar espontaneamente um animado e dançante comboio humano ou não estivéssemos nós em Santa Apolónia.
Para o fim ficou uma surpreendente e inesperada aparição de Lenita Gentil muito bem recebida por todos reforçando as nossas memórias de tempos passados em que a música ligeira reinava na televisão pública que também perpetuou a canção «O Vento Mudou» em 1967 no Festival da Canção e que nos ficou no ouvido após a interpretação da Real Combo Lisbonense.
Para repetir nas primeiras 5ºs feiras dos próximos meses.