Kill To Get Crimson, 2007 Apesar de o início do processo de aproximação ao universo folk americano ter começado ainda no último disco dos Dire Straits, e no seu percurso a solo Mark Knopfler ter assinado discos com Chet Atkins,ou Notting Hillbillies, a verdade é que a critica nunca o levou muito a sério nas suas intenções de ser um músico mais integrado nas raízes americanas, do que britânicas da sua origem.
Desde 1996, ano de Golden Heart, fez 4 discos a solo. Todos no mesmo registo, mas sempre longe da atenção do grande público, e no entanto já podia compilar sem dificuldade o melhor de cada álbum e apresentar um resultado digno dos grandes interpretes do género. Há um ano realiza um sonho antigo de gravar um disco com a senhora Emmylou Harris. Com tão ilustre companhia tudo muda na carreira de Knopfler e desta vez centra atenções, e elogios, e o disco "All The Roadrunning" chega aos top's de venda dos países mais importantes. A parceria resulta tão bem que é editado um disco ao vivo da digressão de Knopfler e Harris, Real Live Roadrunning.
Foi o que chegou para que Mark Knopfler passasse a ser visto com a atenção que merece e, finalmente, a imprensa percebe que há um Knopfler além da figura de fita da cabeça dos anos 80 que vale a pena descobrir no contexto mais folk americano e britânico. Este Kill To Get Crimson é um excelente sucessor de Shangri-la (2004), e reúne uma dúzia de belas canções. A voz grave de Knopfler assenta na perfeição em canções superiormente produzidas onde as cordas predominam, mas onde há espaço para sopros, teclas, e até acordeão ( oiça-se "Secondary Waltz"), tudo harmonicamente melodioso.
Ao tema 7 encontramos "Pubish The Monkey", o tema que resume na perfeição o que é Mark Knopfler em 2007. Não é por acaso que este disco está a gerar consenso na imprensa britânica e americana, depois da colaboração com Emmylou Harris o disco a solo de Mark chega a receber nota 4/5 tanto na Uncut como na Rolling Stone. Reconhecimento mais do que merecido para mais um belo disco de Mark Knopfler.
Esta semana vai andar em destaque por aqui o regresso de Mark Knopfler aos concertos em Portugal. Uma ligação que começou em Maio de 1992 no antigo estádio de Alvalade com a maior enchente que o recinto teve em concertos ao vivo. Mais de 60 mil pessoas para comemorar o encontro com os Dire Straits precisamente na digressão de despedida da banda. Depois o grupo regressaria a Portugal para um concerto no estádio Sãu Luís em Faro em pleno Agosto. Já a solo Knopfler actuou várias vezes por cá. Esteve no Porto, em Cascais, no Atlântico duas vezes, e desta vez actua no Campo Pequeno. É já na próxima sexta feira.
Quando alguém se antecipa e escreve por outras palavras aquilo que me vai na alma. Acontece hoje com o meu caro amigo, e companheiro, Davide Pinheiro. Na mouche:
Acabo de chegar do concerto dos Portishead, um dos mais belos e preciosos que passou por Portugal nas últimas décadas. Ao contrário do que muitos comentários espalhados pelo mundo digital poderiam pressupor, as reacções às novas canções foram positivas…demasiado positivas.
Esta é música que vive de silêncios onde se ouve a respiração de cada som, cada movimento. Não houve qualquer respeito de um grupo relativamente alargado de fãs histéricos com falta de carinho em casa que passou o tempo a aplaudir antes de tempo e a mandar «boquinhas evitáveis».
Não houve respeito por aqueles que pagaram um bilhete caro e não conseguiram aproveitar na plenitude um momento único e irrepetível. E também não houve respeito por uma banda que é muito especial e que não escolheu o palco do Coliseu dos Recreios por acaso.
Cada vez que algum tema se aproximava do fim, parecia haver um confronto de hooligans a ver quem gritava mais. E não faltou o idiota «toca aquela» da praxe, como se o autor dessa boçalidade se sentisse no café. Um concerto não é uma sessão solene mas merece respeito. in Disco Digital
O Disco Digital Avança: O Festival Mestiço vai decorrer este ano entre 26 e 29 de Junho na Casa da Música com a presença de nomes como Señor Coconut, Marcelo D2, Toots & Maytals e Amadou & Mariam.
A 26 de Junho, actuam Senõr Coconut e Boban Markovic. No dia seguinte, é a vez de Praça, Marcelo D2 e MC K.
A 28 de Junho, há concertos de Toots & Maytals e Dynamics. O último dia é assinalado com as presenças de Amadou & Mariam, Timbila Muzimba e Extra Golden.
Com a preciosa ajuda da amiga Lia Pereira consegui a capa que o jornal Blitz fez na altura do concerto dos Transvision Vamp em Portugal. Uma semana após a passagem de Wendy James por Lisboa aqui fica a recordação de Wendy na capa do Blitz:
A minha companheira do Disco Digital, Joana Brandão, relata como foi a noite de ontem dos Portishead no Porto. Uma introdução ao que poderemos ver logo à noite no Coliseu de Lisboa. Para ler em: Um regresso desejado a ser digerido