Cut Copy no Coliseu dos Recreios: Luzes e acção
Por Davide Pinheiro, Disco Digital
Pela primeira vez, os Cut Copy soaram a festival em sala. Do concerto do Coliseu, concluiu-se também que são melhores a alimentar pistas do que a tocar guitarra.
De visitas anteriores dos Cut Copy a Portugal ficou uma imagem de libertação em festivais contrastante com a dificuldade em segurar as pontas de um concerto em nome próprio. Foi assim no Lux quando a escassez de matéria-prima condicionou o produto final.
No Coliseu dos Recreios, a história começou a ser reescrita embora as canções do novo «Zonoscope», como «Take Me Over» ou «Need You Now» tenham brilhado menos que as empolgantes «Lights & Music» e «Hearts On Fire». Uma dupla que pôs a sala a dançar com os braços no ar.
Ao vivo, os Cut Copy vivem uma espécie de dupla personalidade dividida entre a escola do rock independente australiano e a música para incendiar pistas. É no segundo papel que se sentem melhor; enquanto banda de guitarras são competentes mas raramente ultrapassam a mediania. Quando o palco se transforma num quarto escuro e a música sugere bolas de espelhos em vez de amplificadores, os Cut Copy regressam às raízes electrónicas que progressivamente têm vindo a abandonar.
Por muito que pretendam reduzir a carga electrónica, o hedonismo ainda é a sua maior virtude. E quando simulam remisturas em tempo real, é o delírio...