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Grandes Sons

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Grandes Sons

Rock in Rio, Dia 3: Rock? É mais bolos

Um dia depois da passagem dos lendários Rolling Stones, a sequência digna podia ter seguido com bom concerto rock dos Queens of The Stone Age mas o povo não deixou e só quis aclamar os Linkin Park num ritual só superado em mistério na vontade de serem alvejados para um DJ lançador de ... bolos! O povo é soberano mas nem sempre é sereno.

 

Num mundo perfeito um dia depois de um concerto histórico estaríamos a contemplar outra actuação que dignificasse o legado do rock ao som dos insuspeitos Queens of The Stone Age. Quase um ano depois de terem encerrado a digressão europeia com o melhor concerto do Super Bock Super Rock 2013, os QOTSA não quiseram estar mais oito anos ausentes e regressaram a Lisboa. Dizem-nos de Barcelona que a banda não veio sozinha já que carregou consigo uma imponente ressaca derivada da tequilha ingerida no rescaldo do concerto na véspera no Primavera Sound. Esta pode ser uma explicação para a postura de Josh Homme que nos pareceu bastante irónico no trato com o público e algo... ressacado. O que não tem explicação é o desprezo que vimos nas primeiras filas. Tentámos assistir ao concerto mais perto do palco mas o ambiente não ajudou. Pais e filhos menores prostrados, alguns até sentados (!!), indiferentes aos ânimos mais exaltados de alguns fãs que se agitavam sempre que o ritmo das guitarras subiam. Dizíamos que não tem explicação mas até tem. No tal mundo perfeito esta seria uma hora de rendição ao rock só que não estamos num mundo perfeito e o Mundo Melhor é composto por fãs incondicionais do nu metal dos Linkin Park. 

 

A juntar a este miserável (sob o ponto de vista dos fãs dos QOTSA, claro) quadro na plateia há que juntar um arranque morno de concerto devido a problemas no som, demasiado baixo e descontrolado, e , naturalmente, falta de entrosamento entre palco e plateia. Só «No One Knows» gerou algum consenso na recta final do concerto. 

Todos estes argumentos juntos resultaram no facto de Josh Homme ter dispensado a interpretação de «In My Head», prevista no alinhamento, e ter encurtado o tempo em palco. Uma oportunidade perdida de se elevar este regresso dos Queens of The Stone Age a patamares de elevados elogios mas o pessoal queria era Linkin Park.

 

Então e o que é que os californianos trouxeram de novo à Bela Vista após as passagens de 2008 e 2012 por este Parque? Nada de relevante. E nada que preocupasse os seus fãs. Algumas músicas novas do disco «The Hunting Party», a ser editado no próximo dia 17 de Junho e que não parecem trazer grandes novidades ao caminho palmilhado em nu metal que tão bons resultados tem dado ao parque de Chester Bennington e Mike Shinoda. Bastava puxar de um dos vários êxitos em qualquer um dos três actos em que dividiram o concerto e tínhamos as mais de 60 mil pessoas (68.000 segundo a organização) em êxtase de rolos luminosos na mão e cabeleiras vermelhas iluminadas ganhas nos patrocinadores. Há singles que já atravessaram três edições de Rock in Rio e surtem sempre o mesmo efeito, agradar a pais e filhos ao mesmo tempo. Quando já não existe praticamente nu metal os Linkin Park resistem com uma base de fãs desta dimensão. É um fenómeno. Não é rock in strictu sensu mas, lá está, estamos longe de um mundo perfeito. 

 

Até os nova-iorquinos Hercules and Love Affair soavam mais frescos na outra ponta do recinto na Aranha do espaço frio e ventoso da música electrónica. 

 

Na parte final os Linkin Park receberam a visita de Steve Aoki que acabou a mergulhar na multidão. Mais tarde viria a satisfazer os pedidos de muitos cartazes a pedirem «CAKE ME CAKE ME». No fim dos Linkin Park a maioria não abandonou o recinto e Aoki continuou a contar com plateia bem composta. No fundo, há muitos mais a unir estes dois nomes do que aquilo que os separa.

 

Nota ainda para o bom concerto que os brasileiros Capital Inicial deram no palco mundo no fim de tarde com um punk rock muito bem recebido pelas inúmeras bandeiras e camisolas do Brasil avistadas na plateia. 

 

Em sentido contrário soube a pouco a passagem de Blood Orange no palco Vodafone. O produtor de Sky Ferreira e Solange Knowles não foi brilhante na apresentação do interessante «Cupid Deluxe». Mais uma vez o ambiente desinteressado e mais concentrado em voltinhas na roda gigante e afins. A rever em contexto mais apropriado.

 

Desprezando uns Queens of The Stone Age e consagrando outra vez uns Linkin Park com mais do mesmo, assim continuou o Rock in Rio.

 

in Disco Digital

João Gonçalves

Rock in Rio Lisboa, Dia 2: Like a Boss

Quando a organização falava em festejar em grande o décimo aniversário do Rock in Rio Lisboa, estaria a pensar em algo grandioso mas nunca terá imaginado uma cimeira ao mais alto nível entre dois nomes que se confundem com a própria história do rock. Aconteceu com os Rolling Stones e Bruce Springsteen a cantarem «Tumbling Dice»!

 

O segundo dia do Rock in Rio, primeiro de quatro maratonas, viveu o momento mais alto não só do seu 10º aniversário como de toda a sua história em Lisboa. O concerto dos Rolling Stones foi glorioso e as surpresas fizeram a diferença. Que nos desculpem os Xutos & Pontapés que cumpriram o pleno de presenças no evento, Frankie Chavez que defendeu bem o seu novo álbum no palco Vodafone, Rui Veloso que juntou o brasileiro Lenine e Angélique Kidjo num momento marcante a cantarem «Sodade» de Cesária Évora. Que nos desculpem os norte americanos Triptides, Gary Clark Jr. e os portugueses Projecto Kaya mas o que perdurará no tempo será a passagem dos Rolling Stones pelo Parque da Bela Vista.

 

Poucas vezes o Rock do nome do evento fez tanto sentido como nesta noite. Se Keith Richards, Mick Jagger, Ron Wood e Charlie Watts não são o Rock em pessoa então ninguém mais será. Há dois anos quando Adam Levine cantava aqui «Moves Like Jagger» estávamos longe de imaginar que em breve teriamos o próprio Jagger a mexer-se no palco Mundo. 

 

À sexta visita a Portugal a dúvida do costume se levanta em surdina, continuarão eles capazes de aguentar ao vivo o seu próprio ritmo evitando apresentar uma imagem decadente, agora que Jagger, por exemplo, vai a caminho dos 71 anos ? 

Mais uma vez a resposta é a mesma de sempre: estão impecáveis! 

 

Cumprem um alinhamento que já era conhecido após o concerto de Oslo no inicio da semana que marcou o arranque da versão europeia desta digressão, Jagger continua um mestre de cerimónia irrequieto, com pedalada para percorrer os corredores do palco para os lados e para a frente no meio da plateia e os clássicos sucedem-se a velocidade vertiginosa que não damos pelo tempo passar entre «Jumping Jack Flash», «Wild Horses», «Honky Tonk Women», até «Brown Sugar».

 

Para quem viu passagens anteriores dos Stones por cá pode confirmar que a grande diferença para esta apresentação é que não tem tantos adereços como figuras insufláveis e maior aparato pirotécnico. Ironicamente foi hoje que achámos a banda mais unida, a tocarem mais perto uns dos outros e com os de satisfação de sempre de quem gosta mesmo do que faz. Jagger fez questão de falar muito com o público, arranhou o português, disse que Portugal poderia vencer a Copa batendo a Inglaterra na final e não se cansou de puxar pela plateia.

 

Houve Mick Taylor em palco em «Midnight Rambler». Houve Gary Clark Jr em «Respectable», houve Coro Ricercare de Lisboa em «You Can't Always Get What You Want» mas o que está a correr mundo neste momento é video e as imagens de Bruce Springsteen com Stones à quarta música da noite! Já se tinha comentado na imprensa durante o dia que o Boss estava por cá, a filha estuda em Lisboa, tal como Bryan Adams que jantou com Mick Jagger há duas noites, mas não deixou de ser a grande surpresa da noite e até de todo o festival.

 

Olhar para a imensa plateia, estiveram mais de noventa mil pessoas na Bela Vista, quando Jagger atravessa a passadeira vermelha em forma de língua andando por cima da multidão e ver a reacção eufórica da multidão é sempre emocionante. Bandeiras da Argentina, Espanha, Cuba, Grécia, além das mais óbvias portuguesas e brasileiras, dão um colorido especial ao cenário, assim como alguns cachecóis dos novos campeões europeus e nacionais de futebol. Mostra o quão diversificado é o público desta instituição do Rock. Também a diferença de idades é curiosa, vimos crianças ao colo e vimos muitos cabelos brancos. Verdadeiramente dos 8 ao 80, esta noite de Festival.

 

Mais do que os jantares mediáticos de Jagger por Lisboa, logo divulgados nas redes sociais, a aparição de Bruce Springsteen, dois anos após a sua coroação no mesmo palco, é que vai correr mundo. Desta vez é a imprensa estrangeira a contar a história de um reencontro em Lisboa entre dois nomes maiores da música Rock. A capital continua em grande. Os Rolling Stones parecem ser eternos e é deles o carimbo de qualidade e o selo de inesquecível nesta 10ª edição do Rock in Rio.

 

In Disco Digital

João Gonçalves

Rock In Rio, Dia 1: Reinou o sultão do swing

A 10ª edição do Rock in Rio Lisboa arrancou este domingo em Lisboa e o Parque da Bela Vista já registou uma grande afluência de público que aclamou Robbie Williams e a inevitável Ivete Sangalo.

(Foto: AgenciaZero.net )

 

O recinto não apresenta grandes surpresas para quem já conhece a Cidade do Rock de outros anos. Mudam os stands dos patrocinadores e os desafios radicais. Este ano a maior atracção é saltar de alturas consideráveis para um enorme colchão de ar. Todos os brindes são avidamente desejados, todas as filas fazem parte da decoração do festival.

 

Neste primeiro dia apesar de boa afluência de público a circulação no Parque fez-se sempre sem grande dificuldade. Longe, portanto, da grande enchente que se espera na próxima quinta feira. 

Era fácil identificar o público, metade brasileiros à espera de Ivete, quase metade (44% segundo a organização) para ver Robbie Williams e os restantes dividiam-se entre espanhóis em manga curta indiferentes ao (muito) frio que se fez sentir desde o final da tarde e famílias a circular em jeito de passeio na Feira Popular. Dos espanhóis podemos dizer que estavam visivelmente ressacados da grande noite futebolística mas entregues à cerveja mantinham genica e acenavam mostrando as duas mãos abertas lembrando a 10ª Liga dos Campeões.

 

O grande nome desta noite de abertura era Robbie Williams e a dúvida quanto à escolha de alinhamento manteve-se durante a tarde entre os mais atentos aos recentes concertos. Iria Robbie seguir à risca uma apresentação de clássicos da música norte americana ou escolhia um alinhamento diferente para o Rock inRio ? Seguiu pela última via e abriu com «Let me Entertain You». Não podia ser mais honesta a abertura. Robbie apresentou uma aula de como bem entreter o público. Valeu tudo! 

Impecavelmente vestido de smoking, comunicativo, imperial em palco dominando a plateia olhos nos olhos e acompanhado por uma excelente banda, Robbie tem a postura irreverente, provocatória e irónica que lhe permite recorrer a clássicos do Rock à Pop, a standards dos anos 30 até a êxitos dos nossos dias. Acima de tudo só Robbie tem lata para colar «Empire State of Mind» de Jay-Z e Alicia Keys com «New York, New York» em versão Sinatra londrino. Depois assalta os Blur e serve-se de «Song 2» com saltos e tudo, já depois de ter sacado «Wonderwall» aos Oasis com pose à Liam e recurso ao teleponto. Como vimos Noel na noite lisboeta na passada sexta feira esperamos que o Gallagher não tenha ficado cá para ver o Robbie e tenha regressado a casa após a final da Champions. Para bem de todos porque a versão foi muito fraquinha.

Entreter é o verbo que o ex-Take That leva à risca e sabe como agitar o povo, «Hit The Road Jack» e «Shout», que os Greenday também costumam revisitar, são irresistíveis. Até «Minnie The Moocher» vem à baila representando bem esta versão swing cada vez mais vincada no quarentão Williams. Robbie divertiu-sedivertindo tudo e todos, foi às filas da frente tirar selfies, distribuiu beijinhos, posou para fotos e despediu-se com «Feel» e «Angels». Se considerarmos o alto número de versões a que recorreu podemos considerar que houve batota mas se nos lembrarmos que o que interessa é entreter o povo aí Robbie saiu vencedor.

 

Não é fácil acontecerem grandes surpresas musicais no Rock in Rio mas a passagem de Paloma Faith foi uma revelação! Uma espécie de Barbie muito simpática dotada de bela voz e com gosto virado para a música Soul. Esforçou-se por falar português, explicou que estava adoentada mas não quis perder esta oportunidade e fez bem porque terá saído daqui com muitas pessoas interessadas em descobrir os seus três discos. Fez tudo bem, encantou com a sua banda e aproveitou bem esta passagem pelo Palco Mundo. 

Ponto em comum entre a loura Paloma e a loura Aurea chama-se Pharrel Williams. Ambas cantaram temas creditados pelo homem que não estando no cartaz está omnipresente no recinto com a sua voz a ser ouvida em muitos espaços de animação. 

«Can't Rely on You» foi a canção que Paloma Faith cantou enquanto Aurea, umas horas antes, terminava o seu concerto com Boss AC ao som de «Happy». Uma boa forma de coroar uma colaboração que correu muito bem com ambos a desfilarem as suas canções mais emblemáticas com grande aceitação da plateia. 

 

No palco Vodafone o colectivo Cais do Sodré Funk Conection desfilou groove com mestria e surpreendeu com uma versão de «Mãe Negra» de Paulo de Carvalho. Mais tarde Silva percebeu que os seus compatriotas só queriam saber de Ivete e que o seu público até era composto maioritariamente por portugueses que reconheceram alguns dos seus temas mais mediáticos. Bons momentos perto da roda gigante.

 

Depois da meia noite a festa ficou a cargo da madrinha do Rock in Rio. Ivete reinou como sempre, mostrou-se em boa forma e não se esqueceu de dar parabéns a Cristiano Ronaldo (mostrou uma camisola do Real de CR7) e Marcelo mostrando apreço pelo Real Madrid. Ela que amanhã, dia 27, também estará de parabéns pelo 42º aniversário, fechou com a adrenalina do costume este primeiro dia de Rock in Rio.

 

João Gonçalves in Disco Digital

Rock in Rio Lisboa - Dia 1: Horários

Palco Mundo  
Ivete Sangalo - 00h00
Robbie Williams Swings Both Ways - 22h00
Paloma Faith - 20h30
Boss AC e Aurea - 19h00

Palco Vodafone  
Silva - 20h00
Cais Sodré Funk Connection - 18h00
The Hound - 16h45

Eletrónica  
Pretty Lights - 3h00
DJ Ride - 01h45
Claptone - 00h45
Breakbot - 23h30
Le Youth - 22h45
Voxels Live - 22h00

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