Uma sala cheia, mas não esgotada, acarinhou e recebeu de coração aberto o regresso de Leonard Cohen um ano depois do concerto em Algés. Um recital divino para aprendizes, recém-convertidos, e fãs de sempre, proporcionado por um ser maior e único.
Ironicamente agradeço do fundo do coração a Kelley Lynch a noite de hoje. Graças a este antigo agente, que desviou cinco milhões de dólares da conta de Cohen, o cantor teve que voltar aos palcos por necessidade financeira. No ano passado estava eu em Sines a acompanhar o FMM e não pude estar em Algés. Agora entendo melhor o desabafo que Lou Reed teve na altura ao jornal "Expresso" a insultar os promotores dos concertos que ambos deram na mesma noite. Lou Reed ficou furioso por não poder assistir ao recital de Cohen. Hoje compreendo-o muito bem. Em 1988 estava eu muito ocupado com a minha irreverência parvinha própria da juventude que me dizia que Cohen era algo do passado, sem interesse, e já acabado. Obviamente não estive no Coliseu. É em noites como a de hoje que acredito na justiça divina. Leonard Cohen com paciência de budista esperou que alguém introduzisse a sua obra na minha vida já cheia de conhecimentos musicais. Sentidamente agradeço à Tia Isabel.
Conhecida grande parte da obra discográfica de Cohen chego ao recente e obrigatório «Live in London» que me acompanha há meses. Quando soube desta (última?) oportunidade para ver o mestre Leonard as expectativas subiram ao máximo. É engraçado como se pode fazer centenas de reportagens de concertos e de repente estamos no meio de um a sentir o arrepio único que transmite ao nosso cérebro que estamos a viver um daqueles momentos únicos e inesquecíveis. Foi o que me aconteceu ao fim de meia dúzia de minutos a ver e ouvir Cohen.
Ao vivo não há surpresas em relação ao que se conhece do tal «Live in London», mas a experiência é emocionante. A figura de Cohen a arrastar classe em todos os seus movimentos, o sorriso quase infantil com tira o chapéu para receber o carinho da plateia, a ternura com que apanha da alcatifa, que forra o chão do palco que pisa, uma flor atirada por uma fã enquanto canta. O respeito com que olha e apresenta os excelentes músicos que o acompanham, o charme com que se aproxima de magnifica Sharon Robinson, sua cúmplice musical desde os anos 80, o encanto com que descreve as doces coristas, e multifacetadas, irmãs Webb, a confiança com que canta os clássicos de sempre, a peculiar posição agachada de olhos fechados a agarrar o microfone, as saídas de palco, para o intervalo e depois nos encores, feitas em passo de corrida bailada, a sapiência paternal com que nos dá conselhos e nos deseja sorte para a vida depois do encontro divino, e , sobretudo, a humildade e simplicidade com que agradece os merecidos aplausos, fazem de Leonard Cohen um ser maior e místico. Não vi o futuro do rock n'roll como Jon Landau, mas tive o enorme privilégio de ainda ver o responsável pela origem da poesia ao serviço da música pop. E vi-o em muito boa forma. A minha vénia, Senhor Leonard Cohen.
Estou entusiasmado porque é hoje que consigo ver pela primeira vez o Senhor Leonard Cohen em concerto. Hoje à noite no Pavilhão Atlântico. Pelo relato do concerto de Belfast vamos ter um grande concerto.
Artistas que chegaram a ser anunciados foram posteriormente cancelados, quando faltam sete dias para o festival Rock One começar.
O DJ Felix Da Housecat e os Booka Shade já não vão estar presentes na primeira edição do festival Rock One , a decorrer no Autódromo Internacional do Algarve, nos dias 5, 6, 7 e 8 de Agosto.
Ao contrário do que tem sido anunciado nalguns órgãos de comunicação social e na própria promoção do evento, a BLITZ pode garantir que estes artistas não estarão presentes. De acordo com Carlos Machado, da organização do RockOne, foi considerado "um erro incluir DJ estrangeiros no cartaz, apesar de a dada altura se ter colocado essa hipótese".
O mesmo elemento da organização sublinhou ainda que "não existe qualquer contrato assinado" nesse sentido, sendo Diego Miranda o único DJ a actuar durante o Rock One.
Essa informação é contestada pela agência Free Your Mind que, pela voz de André Rebelo, garante ter contrato assinado para a actuação desses dois nomes com a empresa promotora Rock In Arade.
André Rebelo assume que Felix Da Housecat e Booka Shade não actuam por falta de pagamento por parte da organização. O próprio jornal Correio da Manhã, parceiro desta iniciativa, noticia hoje a intenção de André rebelo processar a organização do Rock One.
Relativamente à actuação de James Morrison no Rock One, que não está presente nem no site oficial nem no MySpace do artista (apesar de estar lá a data do concerto em Lisboa, no Festival dos Oceanos, a 1 de Agosto), Carlos Machado garante que está confirmada.
Em jeito de despedida de Sines reproduzo aqui algumas fotos do último dia do Festival de Sines. Foram tiradas pelo fotógrafo oficial do evento, Mário Pires, que mais uma vez assina um excelente trabalho. Visitem toda a galeria de Mário Pires e fiquem com estas imagens de Lee Perry: